
Dióxido de Carbono x Pobreza
OBSERVAÇÕES
O mapa que montamos com os dados da NASA mostra a quantidade de emissões de carbono destacadas em verde (mais alto) para azul (mais baixo) e, em pontos vermelhos (mais alto) com pontos laranja (mais baixo), a quantidade de pessoas que vivem em extrema pobreza. Com essa junção que nossa equipe desenvolveu com os dados da NASA, podemos ver alguns marcos importantes entre a pobreza extrema e as emissões de dióxido de carbono. Vale ressaltar que o gráfico de emissão de dióxido de carbono está dividido em diferentes áreas principais e no resto do mundo. Há um foco muito forte na pobreza extrema na África e na Índia.
As emissões de dióxido de carbono (CO2) são uma das principais causas das mudanças climáticas. Informações precisas sobre as emissões de CO2 são críticas para compreender o impacto humano nas mudanças climáticas e na poluição do ar. O conjunto de dados Carbon Monitor foi criado como a primeira estimativa das emissões diárias de CO2 para seis setores diferentes, incluindo energia, transporte terrestre, produção industrial, consumo residencial e transporte marítimo e de aeronaves. Este conjunto de dados é especialmente relevante para a compreensão dos efeitos ambientais do COVID-19 e mostra uma queda nas emissões à medida que os bloqueios foram instituídos.
A pobreza extrema representa um grande desafio para os meios de subsistência das gerações atuais e futuras em todos os lugares. O World Poverty Clock até usa dados publicamente disponíveis sobre distribuição de renda, fatores de produção e consumo doméstico fornecidos por várias organizações internacionais, incluindo o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional. Essas organizações compilam os dados fornecidos pelos governos locais e, quando essa informação não está disponível, o World Poverty Watch usa modelos específicos para estimar a pobreza nesses países. Os modelos incluem como as rendas individuais podem mudar ao longo do tempo usando as previsões de crescimento de médio prazo do FMI complementadas por "caminhos socioeconômicos compartilhados" de longo prazo desenvolvidos pelo Instituto Internacional de Análise de Sistemas Aplicados (IIASA) e análises semelhantes desenvolvidas pela OCDE.
O Brasil tende a uma enorme desigualdade na distribuição de renda e a altos níveis de pobreza. Um país desigual, exposto ao desafio histórico de enfrentar um legado de injustiças sociais que exclui uma parte significativa da sua população do acesso a condições mínimas de dignidade e cidadania. Como contribuição para a compreensão dessa realidade, este artigo busca descrever a situação atual e a evolução da magnitude e natureza da pobreza e da desigualdade no Brasil, estabelecendo inter-relações causais entre essas dimensões.
O Brasil emitiu um total de 1,9 gigatoneladas de carbono equivalente em 2018. Esse montante faz com que o Brasil represente 3,4% das emissões globais e o coloca como o sétimo maior emissor do mundo.
NO BRASIL

INTERPRETAÇÃO
Analisando os dados da NASA junto com as observações de humanidades e estudos ambientais, concluímos que outro foco de carga ambiental desproporcional está vindo em nossa direção. A passagem do tufão Mangkhut pelas Filipinas em 2018 afetou mais de 250.000 pessoas em todo o país, deixando pelo menos 59 mortos em chuvas torrenciais. De acordo com o observatório Germanwatch, os fenômenos extremos causaram 455 mortes no país naquele mesmo ano - 0,43 por 100 mil habitantes - e mais de 4,54 bilhões de dólares em perdas econômicas e uma queda no PIB per capita de 0,48%.

Análise do gráfico: o gráfico mostra a proporção das emissões globais de carbono de diferentes grupos de renda, variando da extrema pobreza (verde) aos 10% mais ricos (laranja). B mostra a pegada de carbono por pessoa para diferentes grupos de renda. Cada pegada é medida em dióxido de carbono equivalente (CO2e). A linha preta separa as emissões diretas de carbono (parte inferior) e as emissões indiretas de carbono (parte superior). Fonte: Hubacek et al. (2017).
A pesquisa descobriu que, em 2010, os 10% maiores ganhadores do mundo foram responsáveis por cerca de 36% das emissões globais de carbono para o consumo de bens e serviços (veja a seção laranja em cada coluna).
Em comparação, os extremamente pobres, que representavam 12% da população mundial em 2010, eram responsáveis por apenas 4% das emissões globais (verdes).
O segundo gráfico (à direita) mostra a pegada de carbono por pessoa para diferentes grupos de renda. Cada ponto é medido usando CO2e, ou dióxido de carbono equivalente, que é a unidade padrão para medir as pegadas de carbono. A linha preta separa as emissões diretas de carbono (parte inferior) e as emissões indiretas de carbono (parte superior).